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Pós-operatório na reconstrução do LCA

Como é conduzido o pós-operatório na reconstrução do LCA na Fisioterapia?


O tratamento fisioterapêutico é de extrema importância para que o paciente volte com segurança para suas atividades após a alta.

Imediatamente após a reconstrução do LCA, a reabilitação segue marcos importantes, podendo ser subdividida em tópicos tais como:

– Controle do processo inflamatório;

– Ganho de amplitude de movimento;

– Descarga de peso (quando pisar e tirar as muletas);

– Tipos de exercícios que podem ser realizados e evitados em um primeiro momento;

– Quando correr;

– Os critérios de alta para retorno seguro às atividades;

Como controlar o processo inflamatório?

A primeira coisa que deve ser feita é orientar o paciente quanto a utilização do gelo, esta deve ser religiosa é realizada de duas em duas horas por no máximo 20 minutos cada aplicação, para que não exista o risco de provocar queimadura. Ao iniciar o tratamento com o fisioterapeuta, é realizada também a drenagem linfática que pode ser feita de forma manual ou através da utilização de equipamentos específicos. De maneira geral o controle do processo inflamatório é divisor de águas para que o ganho de amplitude de movimento do joelho seja menos sofrido, sem provocar dor e aumento do edema.

Como realizar o ganho de amplitude de movimento (ADM) do joelho?

O paciente já sai da cirurgia com 90° de ADM para flexão de joelho, durante a reabilitação é estimado ganhar 10° por semana até a amplitude total para flexão, pode ser orientado exercícios para que o paciente realize em casa também pois o tecido capsular é tempo dependente então a manutenção temporal (dobrar o joelho e manter por um período de tempo) se faz necessário, entretanto em um primeiro momento, o mais importante é evitar a perda da extensão total do joelho, pois esta é bem funcional para o paciente e a sua perda permanente, está associada  com o aumento da chance de desenvolver síndrome de cyclop (artrofibrose do joelho) em até 4 vezes e até a falha do enxerto mesmo após a alta. Desta forma, orientações quanto a não utilizar rolo abaixo do joelho se tornam de extrema importância nas primeiras semanas de pós-operatório.

Quando é possível retirar as muletas depois da cirurgia?

Vai depender do nível de ativação do quadríceps do paciente, mais de 90% dos pós-operatórios de LCA evoluem com inibição artrogênica que é inibição muscular por conta de um processo inflamatório articular, por tanto se faz necessário a utilização de exercício e recursos que estimulam a contração do quadríceps. Em um cenário natural, espera-se a retirada de uma muleta com uma semana e das duas muletas após duas a três semanas.

Existe algum exercício que deva ser evitado na Fisioterapia?

Sim, é importante entender que o enxerto quando fixado no túnel passa por um processo chamado de ligamentização (transformação do enxerto em ligamento), desta forma, alguns exercícios devem ser evitados em um primeiro momento. A partir de alguns estudos, foi possível verificar que a maior tensão no LCA é entre 15° e 0° de extensão de joelho, exercícios como mesa extensora principalmente em angulações finais, poderia lacear o enxerto ou até mesmo levar a sua falha. Desta forma iniciamos esse tipo de exercício com 6 semanas em uma angulação de proteção levando de 90° a 60° e com pouca carga, e evoluímos com a extensão completa somente após 3 meses. Em contrapartida, exercícios como agachamento curto não tem problema ser utilizado após o controle do processo inflamatório pois existe a carga axial do corpo com a gravidade, o que protege o enxerto, sendo estes priorizados num primeiro momento da reabilitação.  Quanto ao trabalho dos isquiotibiais (posteriores da coxa), se foi utilizado algum deles como enxerto, é necessário esperar 4 semanas para iniciar de forma leve o seu trabalho, caso o enxerto utilizado foi de outro tendão, o trabalho dessa musculatura deve ser iniciado de forma imediata.

Além desses grupos musculares, envolvidos diretamente no joelho, é importante o trabalho do membro inferior como um todo, levando em consideração a individualidade de cada paciente.

Quando correr?

O paciente precisa passar por fases até começar a trotar. A amplitude de movimento de extensão deve estar completa e ter pelo menos 130° de flexão. A força entre os membros não pode estar muito discrepante e deve ser iniciado salto com as duas pernas, até evoluir para saltos alternados entre as duas pernas, com 10 semanas pode ser realizado trote livre no solo e com apenas 12 semanas, trote na esteira desde que o paciente tenha cumprido os critérios anteriormente pontuados e esteja sem dor. 

À medida que o paciente vai evoluindo, e progredindo os treinos de força globais e iniciado treinos de salto e agilidade até os critérios de alta.

Quando o paciente pode receber alta? 

Alguns critérios são estabelecidos pela literatura científica, e um deles é o tempo, alguns estudos pontuam que o simples fato de continuar na reabilitação do 6° ao 9° mês, diminui em mais de 200% a taxa de uma nova lesão, hoje é estimado uma média entre 9 a 12 meses até o retorno seguro.

Outro critério de alta é a avaliação de força entre os quadríceps e isquiotibiais das duas pernas, onde o esperado é um déficit de até 10%, acima disso o paciente estará em risco. A relação de força isquiotibiais/quadríceps da mesma perna também deve ser realizada, o padrão de normalidade é que os isquiotibiais tenha pelo menos 60% da força do quadríceps, abaixo disso existe risco de lesão da musculatura posterior ou até uma nova lesão do LCA.

Os testes de salto de perna única também são utilizados como critérios, sendo os mais utilizados e validados o single-hop, triple-hop e crossover-hop. Distâncias alcançadas com diferenças maiores que 10% entre as pernas determinam risco.

Além dos testes já citados, podem ser utilizados também, questionários funcionais e de segurança para retorno ao esporte como o lysholm e o ACL-RSI.

As informações aqui pontuadas se trata apenas de orientações básicas para que o paciente conheça o processo de reabilitação, para uma reabilitação segura e efetiva, procure um profissional da área.

Artigo escrito pelo Fisioterapeuta Raone Daltro Paraguassu Alves 

Crefito 3/ 207065-F

cisto de baker

Cisto de Baker ou Cisto Poplíteo

Introduzindo o tema: Baker ou Cisto Poplíteo?


O cisto de Baker, também conhecido como cisto poplíteo, é uma bolsa de líquido sinovial que se forma na parte posterior do joelho. Apesar de ser geralmente benigno, pode causar desconforto e dor, especialmente quando se associa a outras condições articulares. Neste artigo, vamos explorar em detalhe o que é o cisto de Baker, suas causas, sintomas e opções de tratamento.

O que é o Cisto de Baker?

O cisto de Baker é uma protuberância cheia de líquido sinovial que se desenvolve na parte de trás do joelho, onde há uma acumulação anormal do líquido sinovial, responsável por lubrificar a articulação. Esse líquido, em excesso, pode causar inchaço e formar o cisto. O cisto fica localizado no compartimento posterior do joelho entre os músculos semimembranoso e gastrocnêmio medial.

Quais são as causas do Cisto de Baker?

O surgimento do cisto de Baker é uma consequência de uma patologia do joelho e não uma causa em si, está geralmente relacionado a problemas dentro da articulação do joelho. As condições mais comuns que levam ao desenvolvimento deste cisto incluem:

– Artrose de joelho: o desgaste da articulação e cartilagem articular pode levar a inflamação e acúmulo de líquido;

– Lesão do menisco ou nos ligamentos pode causar inflamação e, consequentemente, o cisto;

– Condropatia patelar;

– Inflamação crônica: condições que causam inflamação persistente no joelho, como sinovite e tendinites. 

Quais são os sintomas do Cisto de Baker? 

O cisto de Baker pode ser assintomático e ser descoberto apenas em exames de imagem como ultrassonografia e ressonância nuclear magnética de joelho. No entanto, quando sintomas estão presentes, na minoria dos casos, os mais comuns incluem:

– Inchaço na parte de trás do joelho: Um nódulo visível pode ser palpável e aumentar de tamanho com o tempo.

– Rigidez e dificuldade de mobilidade: O cisto pode limitar a flexibilidade do joelho, dificultando a extensão completa da perna.

-Dor: A dor pode ser sentida na parte posterior do joelho, especialmente durante atividades físicas, como caminhar ou correr.

– Sensação de pressão: Quando o cisto é grande, pode dar a sensação de pressão na parte de trás do joelho ou até mesmo irradiar para a panturrilha.

Como é feito o diagnóstico do Cisto de Baker?

O diagnóstico é feito através de uma combinação de exame físico e exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética (RM), que podem confirmar a presença do cisto e descartar outras condições associadas, como lesões meniscais ou articulares.

Qual o tratamento do Cisto de Baker?

O tratamento depende dos sintomas e da causa base. O tratamento do cisto de Baker depende do tamanho do cisto e dos sintomas apresentados. As opções incluem:

Tratamentos conservadores:

Repouso das atividades: repousar pode ajudar a reduzir o inchaço.

Compressas frias: aplicar gelo na área afetada pode reduzir a inflamação e a dor.

Medicação: anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são frequentemente prescritos para aliviar a dor e a inflamação.

Fisioterapia: exercícios de fortalecimento muscular, especialmente para os músculos ao redor do joelho, podem ajudar a reduzir a pressão sobre a articulação e aliviar os sintomas.

Drenagem do cisto guiado por exame de ultrassonografia: em alguns casos, o médico pode drenar o líquido do cisto utilizando uma agulha guiado por exame de imagem, no entanto, esta é uma solução temporária e o cisto pode voltar.

Injeções de corticosteróides: podem ser administradas para reduzir a inflamação na articulação do joelho, embora não removam o cisto, podem aliviar os sintomas.

Tratamentos Cirúrgico:

É extremamente raro e incomum, porém em casos onde o cisto é grande, causa dor ou limita seriamente a mobilidade, pode ser necessária a remoção cirúrgica do cisto, juntamente com o tratamento da condição subjacente, como uma Lesão do menisco ou Artrose de joelho.

Qual o prognóstico e prevenção para o Cisto de Baker? 

Em muitos casos, o cisto de Baker pode desaparecer por conta própria ou com tratamentos conservadores. No entanto, se as condições subjacentes que causaram o cisto não forem tratadas, ele pode voltar a aparecer.

Para prevenir a formação de cistos, é importante tratar rapidamente lesões no joelho e condições como a artrite. Manter uma boa saúde articular através do fortalecimento muscular e alongamentos regulares também pode ser benéfico.

Considerações Finais

O cisto de Baker é uma condição comum, especialmente em pessoas com problemas articulares. Embora muitas vezes seja indolor e inofensivo, em alguns casos pode causar desconforto e limitar a mobilidade. O tratamento depende dos sintomas e da causa subjacente, e varia desde repouso e medicamentos até procedimentos cirúrgicos.

Se você sentir dor ou inchaço na parte posterior do joelho, consulte um médico para obter um diagnóstico correto e as melhores opções de tratamento para o seu caso.

Sinovite Vilonodular

Sinovite Vilonodular Pigmentada do Joelho

A sinovite vilonodular pigmentada (SVP) é uma doença rara caracterizada pelo crescimento benigno da membrana sinovial, levando à formação de nódulos e vilosidades que podem infiltrar estruturas articulares. Essa condição pode acometer qualquer articulação sinovial, mas é mais frequentemente observada no joelho, que responde por aproximadamente 80% dos casos.

A SVP é uma lesão proliferativa da sinóvia, cuja etiologia permanece incerta, embora se considere uma reação inflamatória crônica ou uma neoplasia benigna. Essa proliferação resulta na pigmentação amarelada da membrana sinovial devido ao acúmulo de hemossiderina. Há duas formas principais:

1. Forma Difusa: A forma mais comum, acomete toda a sinóvia da articulação.

2. Forma Localizada: Menos frequente, caracteriza-se por envolvimento limitado a uma região da sinóvia, frequentemente apresentando-se como um nódulo sinovial.

Quais são os sintomas da Sinovite Vilonodular Pigmentada?

Os principais sintomas da sinovite vilonodular pigmentada do joelho incluem:

– Dor crônica: A dor é geralmente de caráter insidioso e progressivo, podendo ser exacerbada por atividades físicas.

– Derrame articular: A presença de líquido sinovial em excesso é comum, resultando em edema do joelho e muitas vezes com hemartrose volumosa.

– Limitação da mobilidade: A rigidez articular é frequente devido à infiltração sinovial e ao aumento do líquido intra-articular.

– Atrofia muscular: A diminuição da função articular, associada à dor e limitação de movimento, pode levar à atrofia muscular da coxa, principalmente de quadriceps.

Como é feito o diagnóstico da Sinovite Vilonodular Pigmentada?

O diagnóstico da sinovite vilonodular pigmentada é geralmente baseado em uma combinação de achados clínicos, exames de imagem e confirmação histológica.

Exames de Imagem

– Ressonância Magnética (RM): É o exame de escolha para avaliar a extensão da doença. A RM revela espessamento sinovial, formação de nódulos e, caracteristicamente, depósitos de hemossiderina.

– Radiografias: Embora não seja específica, pode revelar erosões ósseas subcondrais em casos avançados, além de alterações na congruência articular devido à destruição das superfícies articulares.

– Ultrassonografia: Pode ser utilizada para avaliar a presença de derrame articular e espessamento sinovial, embora seja menos sensível que a RM para detectar depósitos de hemossiderina.

– Biópsia: A confirmação diagnóstica é obtida por meio de biópsia sinovial, que revela proliferação de células sinoviais, depósitos de hemossiderina, além de macrófagos espumosos e células gigantes multinucleadas.

Quais os tratamentos para a Sinovite Vilonodular Pigmentada?

O manejo da sinovite vilonodular pigmentada depende da extensão da doença e dos sintomas apresentados, variando entre tratamento cirúrgico e terapias complementares.

Tratamento Cirúrgico

  – Artroscopia com sinovectomia: Indicada principalmente para a forma localizada e em casos difusos menos extensos. Oferece a vantagem de ser menos invasiva, com recuperação mais rápida. A sinovectomia, tanto artroscópica quanto aberta, é o tratamento de escolha. O objetivo é remover o tecido sinovial proliferado, aliviando os sintomas e prevenindo a destruição articular.

 – Sinovectomia Aberta: Indicada em casos de SVP difusa ou quando há comprometimento significativo das estruturas articulares que não podem ser acessadas por artroscopia.

   – Artroplastia total de joelho nos casos avançados de osteoartrose devido a causa base de SVP.

Radioterapia

Em casos de recidiva ou SVP difusa, pode-se associar a radioterapia pós-operatória com doses baixas, visando reduzir a proliferação sinovial. A radioterapia é especialmente útil em pacientes com contraindicação cirúrgica ou em casos de doença recorrente.

Medicamentos

Embora menos comum, o uso de inibidores de fatores de crescimento e moduladores do sistema imunológico, como o pexidartinib, pode ser uma opção terapêutica em casos mais agressivos ou recorrentes.

Quais o prognóstico da Sinovite Vilonodular Pigmentada?

O prognóstico da sinovite vilonodular pigmentada depende da extensão e da agressividade da doença. Pacientes tratados com sinovectomia têm boas taxas de sucesso, com alívio dos sintomas e melhora funcional. No entanto, a recidiva é relativamente comum, especialmente em casos de SVP difusa, com taxas de recorrência variando entre 15% e 45%.

O acompanhamento a longo prazo é essencial, pois a destruição articular significativa pode levar à osteoartrite secundária, necessitando de tratamentos adicionais, como osteotomias ou até mesmo artroplastia total do joelho em estágios finais.

A sinovite vilonodular pigmentada do joelho, embora rara, é uma condição importante no diagnóstico diferencial de dor crônica e derrame articular. O tratamento precoce, com sinovectomia adequada, é essencial para prevenir danos articulares irreversíveis e preservar a função do joelho. O manejo deve ser individualizado, levando em consideração a extensão da doença e o risco de recorrência.

Menisco Discóide

Menisco Discóide

O menisco discóide é uma variação anatômica rara do menisco, com uma incidência entre 0,4% e 15% da população, dependendo da região geográfica e fatores genéticos, sendo mais comum em populações asiáticas. Essa condição afeta principalmente o menisco lateral, resultando em um formato mais espesso e em forma de disco, diferente do menisco semilunar normal, em formato de “C´´. As consequências biomecânicas dessa anomalia podem levar a sintomas clínicos significativos, principalmente durante a adolescência e a fase adulta jovem.

O menisco é uma estrutura fibrocartilaginosa localizada na articulação do joelho, entre os côndilos femorais e os platôs tibiais. Sua função principal é distribuir o estresse articular, aumentar a congruência articular e absorver impacto. O menisco lateral discóide, devido ao seu formato anômalo, apresenta um aumento de massa e espessura, o que o predispõe a rupturas, mesmo sem traumas significativos.

Existem três tipos principais de menisco discóide, classificados por Watanabe:

1.Tipo Completo: O menisco cobre toda a superfície articular do platô tibial lateral.

2.Tipo Incompleto: O menisco apresenta forma discóide, mas não cobre completamente o platô tibial lateral.

3.Tipo de Menisco Hipermóvel (ou Wrisberg): O menisco não está adequadamente preso na sua porção posterior, resultando em instabilidade.

Quais são os sintomas do Menisco Discóide?

Os sintomas mais comuns associados ao menisco discóide incluem:

-Dor no Joelho Lateral: Especialmente após atividades físicas.

-Estalidos ou “Click”: Ruídos percebidos ao movimento do joelho, frequentemente relacionados a bloqueios intermitentes.

-Derrame Articular: O acúmulo de líquido sinovial no joelho pode ocorrer, especialmente após rupturas meniscais.

-Instabilidade: Nos casos de menisco discóide do tipo Wrisberg, a instabilidade pode ser um sintoma proeminente, com a sensação de que o joelho está “falhando”.

O diagnóstico diferencial deve incluir lesões do ligamento colateral lateral, plicas sinoviais, lesões do ligamento cruzado anterior e disfunções patelofemorais, uma vez que esses quadros clínicos podem compartilhar sintomas semelhantes.

Como é feito o diagnóstico do Menisco Discoide?

O diagnóstico do menisco discóide é geralmente feito por meio de ressonância nuclear magnética (RNM), que permite a visualização da estrutura anômala e identificação de possíveis rupturas associadas. Os sinais radiológicos incluem a presença de um menisco de espessura aumentada, com mais de três cortes na RNM em planos sagitais.

Além disso, a avaliação clínica é fundamental. Sintomas como dor lateral no joelho, estalidos, sensação de bloqueio ou instabilidade são comuns. O exame físico pode revelar sinais de hipermobilidade ou crepitação durante o movimento da articulação.

Qual o Tratamento do Menisco Discoide?

O tratamento do menisco discóide depende dos sintomas e do tipo de lesão associada. As opções terapêuticas podem variar desde o manejo conservador até a cirurgia.

Tratamento Conservador

Pacientes assintomáticos ou com sintomas leves podem ser tratados de forma conservadora, com fisioterapia voltada para fortalecimento muscular, melhora da propriocepção e ajustes de atividade. A restrição de atividades de alto impacto pode ser recomendada para evitar sobrecarga da articulação.

Tratamento Cirúrgico

Nos casos sintomáticos ou com lesões meniscais associadas, a intervenção cirúrgica é frequentemente indicada. A artroscopia é o método preferencial, e as principais técnicas incluem:

1. Meniscectomia Parcial: Remoção da porção anômala do menisco, preservando o máximo de tecido meniscal saudável. Esta técnica é indicada para os tipos completo e incompleto que apresentem sintomas.

2. Meniscoplastia: Remodelação do menisco para restaurar sua forma e função normais, frequentemente realizada em conjunto com a meniscectomia parcial.

3. Fixação do Menisco: No tipo hipermóvel (Wrisberg), a fixação do menisco ao platô tibial pode ser necessária para estabilizá-lo.

A decisão entre meniscectomia parcial e meniscopatia depende do grau de anomalia do menisco e do comprometimento funcional. O objetivo do tratamento cirúrgico é aliviar os sintomas, preservar a função meniscal e prevenir a degeneração articular precoce.

O prognóstico após o tratamento de um menisco discóide geralmente é favorável, especialmente em pacientes jovens e ativos. Após a meniscectomia parcial ou meniscoplastia, a maioria dos pacientes experimenta alívio significativo dos sintomas e retorno às atividades esportivas. No entanto, a preservação do menisco é crucial, uma vez que a remoção excessiva de tecido pode levar a artrose precoce.

A recuperação pós-operatória envolve fisioterapia intensiva para restauração da amplitude de movimento, fortalecimento muscular e reabilitação funcional. A maioria dos pacientes retorna a atividades normais entre 3 a 6 meses após a cirurgia, dependendo da complexidade da lesão e do procedimento realizado.

Devo Procurar um Médico Especializado para Tratar o Menisco Discóide?

O menisco discóide é uma variação anatômica que, quando sintomática, pode afetar significativamente a função do joelho. A abordagem terapêutica deve ser individualizada, com foco na preservação do tecido meniscal e restauração da função articular. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações a longo prazo, como a degeneração precoce da articulação.

Sendo assim, é de suma importância buscar ajuda especializada.


Osteocondrite Dissecante

O que é a osteocondrite dissecante?

A osteocondrite dissecante é uma patologia que atinge a cartilagem e o osso subcondral das articulações dos joelhos. Mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens. Geralmente do sexo masculino, sem preferência pela lateralidade do joelho.

Mais comumente localizada na região do côndilo femoral medial. Trata-se de uma condição patológica, de causa idiopática (não se sabe) adquirida, onde o osso abaixo da cartilagem perde seu suprimento sanguíneo, assim o complexo osso-cartilagem pode se separar do seu leito formando irregularidades articulares e até mesmo corpos livres.

Figura ilustrativa de uma imagem de ressonância magnética do joelho mostrando lesão condral destacada
Imagem ilustrativa das plicFigura ilustrativa de uma imagem de ressonância magnética do joelho mostrando lesão condral destacadaas sinoviais

Qual o quadro clínico da osteocondrite dissecante?

O quadro clínico apresenta algumas variações conforme a gravidade e a estabilidade da lesão. A queixa básica é a dor e o edema do joelho afetado, que pode ser exacerbado pela atividade física. Os sintomas mecânicos com crepitações, estalos e até bloqueios articulares podem ocorrer em casos de desprendimento do fragmento gerando corpos livres articulares.

Figura ilustrativa de uma imagem de ressonância magnética do joelho mostrando lesão condral destacadas sinoviais

Como é feito o diagnóstico?

A história representada por dor após atividade física, inchaços no joelho e marcha claudicante além de um bom exame físico realizado pelo médico ortopedista combinados ao exame de imagem, neste caso, a ressonância nuclear magnética para confirmar o diagnóstico.

Qual o tratamento para osteocondrite dissecante?

O tratamento pode ser cirúrgico ou não. Fatores que levam a um melhor prognóstico são: pacientes jovens com cartilagem de crescimento presentes, lesões pequenas, lesões que se apresentam no seu lugar original e fora da área de carga.

Quando se opta pelo tratamento não cirúrgico (conservador), há uma maior chance de cicatrização da lesão osteocondral. O tratamento envolve repouso relativo, diminuição ou retirada da carga do lado da articulação afetada utilizando muletas. A liberação é progressiva para retorno às atividades. O processo de consolidação da lesão pode demorar ao redor de 6-8 semanas.

O tratamento cirúrgico pode ser com reparo da lesão, ou substituição da cartilagem. No caso de fragmentos viáveis, técnicas para estimular a cicatrização ou fixação da parte destacada no leito são usadas.

Caso o fragmento seja inviável, podem ser usadas técnicas de substituição da cartilagem, como a microfratura, o enxerto de cartilagem do próprio paciente, o transplante de cartilagem ou o uso de membranas condroindutoras.

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Plica Sinovial do Joelho

O que é plica sinovial do joelho?

Plicas são membranas que estão presentes na articulação do joelho, são formadas por proeminência da sinóvia, membrana que reveste internamente o joelho. A plica é uma variação anatômica muito comum que na maioria das vezes não traz prejuízos, ou seja, não causam sintomas sido descobertas acidentalmente em um exame de imagem do joelho.

Porém, em alguns casos podem causar estalos, dor e atrito se são grandes, interpostas entre os ossos ou se estão inflamadas, sintomas como inchaço, travamento e dificuldade de mobilização podem estar presentes.

Imagem ilustrativa das plicas sinoviais

Como é feito o diagnóstico?

Para diagnóstico é necessário um exame de imagem da articulação do joelho como a ultrassonografia ou ressonância nuclear magnética, estes exames de imagem são importantes para excluir outros possíveis diagnósticos como lesões de cartilagem, osteocondrite dissecante, lesão do menisco, corpos livres, osteoartrite e artrose de joelho.

Como é o tratamento?

Plicas assintomáticas não necessitam de tratamento. Havendo sintomas o tratamento é baseado na reabilitação com fisioterapia para fortalecimento e estabilização da articulação do joelho, diminuindo a sobrecarga sobre a plica e assim melhorando a sintomatologia.

Em casos refratários pode ser optado por uso de medicação anti-inflamatória e injeção intra-articular (infiltração) para melhora dos sintomas. Caso o tratamento conservador falhe, a artroscopia de joelho para ressecção da plica está cirurgicamente indicada.

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Artroscopia do Joelho

O que é a artroscopia de joelho ?

A artroscopia de joelho é um dos procedimentos cirúrgicos ortopédicos mais realizados no mundo. É considerado também um exame diagnóstico mais preciso das lesões do joelho. Trata-se de um procedimento bastante útil e pouco invasivo para a visualização da articulação do joelho. É o procedimento padrão ouro para o tratamento de algumas patologias do joelho.

Na cirurgia em si, são realizadas duas pequenas incisões na pele da região anterior do joelho, incisões menores que 1,0 cm para que através delas os instrumentais acessem a articulação. Com auxílio de uma óptica, ligada a uma fonte de luz é acoplada em uma TV a cirurgia acontece.

Imagem ilustrativa da “torre” de artroscopia.

Dr. Diego Martuscelli realizando o procedimento de artroscopia do joelho.

Dr. Diego Martuscelli realizando o procedimento de artroscopia do joelho.

Quais são as patologias do joelho possíveis de tratar utilizando a artroscopia de joelho ?

– Lesão do LCA;

– Lesão do LCP;

– Reparo da Lesão do Menisco;

– Menisco Discóide;

– Sinovite Vilonodular;

– Retirada de corpo livre intra-articular;

– Correção dos defeitos da cartilagem;

Como é a recuperação ?

Geralmente, o paciente recebe alta no mesmo dia da internação ou no dia seguinte pela manhã. São orientados quanto ao uso de muletas nos primeiros 14 dias, até a retirada dos pontos dos portais artroscópicos, usualmente 2 pontos em cada portal. A fisioterapia visando o treino de marcha com auxílio é prontamente iniciada, além de crioterapia (gelo) de 4/4 horas, ultrassom, infravermelho e exercícios isométricos. Utiliza-se também analgésicos simples e antiinflamatórios nos primeiros 5 dias pós operatórios.

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